
Os Presentes da Pandemia
O meu último artigo escrito no meio da pandemia terminou com a lacônica afirmação, “o que ganharemos com a pandemia, só o tempo dirá.”
Vivemos mais de 700 dias e 700 noites convivendo com a ameaça a vidas e a consciência da finitude.
E o que este tempo nos disse?
Compulsoriamente fomos confinados conosco mesmos e com nosso núcleo familiar. Sem chance de escapes. E isso doeu, estressou e nos tirou do eixo.
Nossas crenças e valores, foram colocados à prova. Vivenciamos a perda e o luto por pessoas muito importantes e a escassez. Fomos impedido de estarmos juntos com nossos familiares, nossos amigos, nossos colegas, e com a multidão. Ganhamos a certeza da nossa finitude e a incerteza do futuro.
A “certeza absoluta” que íamos ficar loucos presos em casa, não aconteceu. O convívio diário com os amigos e colegas, ir para o trabalho diariamente, a importância do happy hour, o jogo de futebol e o salão de beleza no sábado, já não eram tão imprescindíveis.
Colocamos à prova nossas #CrençasValoresECertezas “se eu não sair, eu vou explodir”, “eu não dou conta, eu não consigo, eu não posso, isto é impossível”. Estas certezas não eram bem verdadeiras porque demos conta, conseguimos, e fomos capazes de fazer o que pensávamos ser impossível.
Neste beco sem saída, e no limite das possibilidades de cada um de nós, descobrimos maneiras diferentes de viver e conviver, de ser e estar neste mundo. Apesar de estar com o sorriso amordaçado pelas máscaras e apesar de todas as perdas descobrimos que podíamos apesar de tudo, ser felizes!
Descobrimos que poderíamos trabalhar de casa e com isto trocamos o tempo e o estresse do traslado para fazer algo mais prazeroso. Não só isto, podíamos trabalhar com roupas e sapatos mais simples, confortáveis e menos caros.
As empresas descobriram novas formas de gestão dos seus recursos, passaram a economizar com os custos desnecessários dos grandes espaços físicos. O trânsito melhorou, a poluição baixou e o exercício profissional se tornou mais leve.
Relações trabalhistas se transformaram, novas formas de entretenimento foram desenvolvidas, novas formas de encontro entre as pessoas foram descobertas.
O desenvolvimento de tecnologias para facilitar o trabalho remoto, a telemedicina e a educação on-line foram impulsionados.
Alguns #NúcleosFamiliaresAbusivos e disfuncionais se implodiram. E com isto romperam grilhões que os aprisionavam.
A grande maioria dos núcleos familiares se transformaram. #ValoresFamiliares foram resgatados, laços afetivos fortalecidos. Filhos descobriram os pais e os pais descobriram os filhos que não conheciam. O tempo para exercício do amor se tornou maior, comportamentos grandiosamente simples no convívio da família se revelaram como fonte de alegria e prazer, e os vínculos afetivos entre os membros das famílias se estreitaram e se fortaleceram.
A pandemia trouxe o resgate dos valores e a importância da família para a vida física, psicológica e espiritual das pessoas que antes corriam desenfreadamente para sobreviver.
Ampliamos nosso #RepertórioIntelectualMentaleEspiritual. Nos descobrimos como Pessoa nos reconhecendo, criando novos hábitos, descobrindo novos prazeres e novas possibilidades.
Nos tornamos mais conscientes do nosso mundo interno, descobrimos que muitas crenças já não faziam sentido e mudamos nossos paradigmas. Foram “podados nossos galhos doentes, velhos e secos” e nos demos conta que não nos faziam falta, ao contrário, nos sentíamos mais leves, mais livres para crescer e nos expandir.
E foi pela excepcional #ResiliênciaDoSerHumano que apesar da perda de entes queridos, da liberdade, do trabalho, da quebra de paradigmas, o homem se tornou mais humano e descobriu que #podeserfeliz .